Adaptação escolar: como passar por esse momento

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Família deve estar segura, dizem especialistas.

Deixar o filho na escola pela primeira vez não costuma ser uma tarefa fácil.  Nem para a criança, nem para os pais. No entanto, é possível amenizar a angústia e tornar este momento mais leve.

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O primeiro passo para que a adaptação seja um sucesso está na escolha consciente da família. “A entrada do filho na escola deve ser uma opção dos pais, uma necessidade daquele núcleo familiar, e não um modismo, não dá para matricular a criança porque todas as crianças do círculo de amigos e familiares vão à creche ou por pressão de terceiros. Primeiramente, quem tem que se adaptar é a família, que deve confiar na escola, estabelecer vínculo”, explica a psicopedagoga e professora doutora da Faculdade de Educação da PUC-SP, Neide Noff.

A confiança e a segurança dos pais na instituição são essenciais para que os filhos gostem deste novo ambiente. Assim, se estiver com medo, é melhor adiar a entrada da criança no colégio. Outros motivos devem levar os pais a pensar duas vezes antes de tomar a decisão.  “Algumas vezes, pode ser necessário que os pais adiem o momento de colocar o filho na escola. Geralmente, isso ocorre quando a criança está mais frágil pelo nascimento de um irmão ou porque passou por um período de internação, por exemplo”, explica a psicopedagoga e também professora doutora da Faculdade de Educação da PUC-SP, Maria Ângela Barbato:

A cada idade, um processo

Na opinião de Maria Angela, a criação interfere mais do que a idade no processo de adaptação. Para ela, crianças que costumam ter todas as vontades atendidas pelos pais, tendem a apresentar mais dificuldade para se acostumar com a escola, porque lá, elas passam a dividir e não são mais o centro das atenções. Ainda assim, cada idade pede um processo diferente de adaptação:

Bebês
Não é só porque não falam que os bebês não percebem o que está acontecendo. Eles sentem e podem reagir de várias maneiras. Há crianças que apresentam perda de apetite ou mudança nos hábitos de sono, por exemplo. Assim, o processo de adaptação nessa faixa etária deve ser tão cuidadoso, quanto o das crianças mais velhas. “Os pais devem permanecer no berçário até perceber que o filho estabeleceu vínculo com algum adulto”, esclarece Neide. Levar algum objeto de que ele goste, que lembre a casa e dê segurança, também ajuda no processo de adaptação.

De 2 a 4 anos
A principal dificuldade está na questão do abandono. Muitas crianças dessa idade não entendem que os pais voltarão para buscá-las. Por isso, é importante que a adaptação comece bem antes do início das aulas. “É interessante que os pais levem a criança para conhecer a escola alguns dias antes, que fiquem um tempo por lá e apresentem as ‘atrações’ do espaço, como os brinquedos e o parquinho, por exemplo”, sugere Neide.

Nesse momento, a honestidade dos adultos conta muito. “O período de adaptação precisa respeitar o histórico da criança. Os pais devem ser transparentes, falar o que vai acontecer. Contar histórias de quando eram pequenos para que o filho comece a gostar da experiência também é válido”, ressalta a diretora pedagógica do Colégio AB Sabin, de São Paulo, Monica Mazzo.

As crianças dessa idade podem ficar por um tempo menor na escola no início, para entender que sempre haverá a volta para a casa. Então, tente não se atrasar para buscar seu filho, para que ele não relute na próxima vez.

No início das aulas, a maior parte das escolas permite que os pais permaneçam por um tempo na escola. Se perceber que o filho está com dificuldades para interagir, vale oferecer brinquedos e chamar a professora para brincar um pouco. A atitude vai mostrar que o pai ou a mãe confia naquele adulto.

Acima de 4 anos
Crianças com mais de 4 anos já entendem o que é a escola e, muitas vezes, até já desejam participar deste ambiente. Ainda assim, é importante ter uma conversa sobre o assunto e levar a criança para conhecer o ambiente antes do início das aulas.

Ficar um pouco na escola até que a criança se sinta segura também é válido. Porém, o mais importante é transmitir para o seu filho que você confia naquele local. “Os pais não devem ligar para a escola a toda hora, pois isso atrapalha o trabalho dos educadores. Se os adultos não desapegarem fica difícil que o filho se integre à escola”, argumenta Maria Ângela.

Mudança de escola

Visitar a escola e deixar o filho conhecer o novo espaço antes do início das aulas também faz parte da lista de quem quer uma adaptação bem-sucedida nos casos de quem está mudando de colégio. Aqui, também é importante observar com atenção a filosofia e a proposta pedagógica da nova escola e a da instituição anterior. Se a criança se dava bem no colégio antigo, vale tentar mudar para outro que siga a mesma linha. Se a nova escolha veio justamente porque ela não estava se desenvolvendo da maneira esperada, é importante observar cada ponto com cuidado, para saber o que é preciso mudar.

A família

A única forma de diminuir a insegurança e a culpa dos pais é escolhendo uma escola de confiança. Assim, além de visitar o local, vale pesquisar na internet, tirar todas as suas dúvidas, mesmo aquelas que parecem mais ‘bobas’, ouvir os pais de outros alunos e ter bem claro o que espera que a escola faça pelo seu filho. “A escola deve ser um suporte para a educação da criança. Instituição e família precisam compartilhar dos mesmos valores, caso contrário, não funciona”, ressalta Neide.

Na hora de escolher, observe também a segurança, a formação dos professores, o número de alunos por sala, a proposta pedagógica e a rotina escolar.

Quanto mais certos os pais estiverem sobre a decisão, mais seguros eles se sentirão e esse sentimento de confiança será transmitido aos filhos, tornando a adaptação mais fácil.

Fonte: https://revistacrescer.globo.com

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